A minha história

Partilho contigo pedaços da minha Jornada

A minha Alma é já muito antiga, mas nesta existência vestiu a pele de mulher, escolheu os pais, o corpo e Lisboa como local para nascer e aqui chegou ela no dia 4 de Outubro de 1964. Os pais chamaram-me Lina Maria, na verdade, eu sussurrei à minha mãe que era esse o nome que gostaria.

Logo na minha chegada aqui, só estava a minha mãe para me receber e acabou por não estar disponível na Hora “H”, o pai estava fora, na Guiné, na Guerra Colonial. Começaria aqui a minha “odisseia” na Terra… vivenciar a ferida do Abandono, sem na realidade ter sido abandonada, entre outras aprendizagens. Hoje, sei que atrai essa experiência para a minha vida, pois era uma ferida já muito antiga e era chegada a Hora de Curar.

A adaptação à Terra não foi um caminho fácil…tinha esquecido do porquê de estar aqui, mas com o medo de voltar a ser “abandonada” fui-me adaptando às pessoas e aos lugares, calando as dores, não fossem os outros “rejeitar-me” também. No entanto, desde pequena me questionava muito, “porquê que tinha os meus pais e não outros?”, “porquê que tinha nascido em Portugal e não noutro lugar qualquer?” “porquê que tinha uma casa e comida e outras crianças não tinham?” “Teria tido sorte?” “Porquê que eu tinha essa sorte e outros não?” Não encontrando as respostas para estas questões em lado nenhum, fui crescendo… e a partir de certa altura, achei que “se havia tanta desigualdade e injustiça, Deus não existia”, mas admirava Jesus e São Francisco de Assis. E assim me fui encaixando no mundo dos outros e na grande engrenagem e ilusão da matrix, guardando a Espiritualidade no “saco”.
E durante uns anos, “encaixei bem”, sempre fui bem comportada, uma criança sossegada, estudei, tirei um curso superior (o sonho dos pais), fui dar aulas, casei, fui mãe de dois Seres muito desejados e profundamente amados. Adorava o que fazia, embora a minha visão de escola e de educação fosse completamente diferente da maioria, por isso, vivenciei muitas vezes a rejeição por parte do sistema e de alguns colegas, nunca por parte das crianças.

Na maternidade e na relação com os alunos era onde a minha espiritualidade se manifestava, sem que eu o soubesse, claro. No entanto, sentia-me profundamente só e sem apoio. Com o decorrer do tempo, o stress e o querer agradar e encaixar no mundo dos outros, fui-me afastando da minha Essência.

Vendo o tempo a passar, a minha Alma foi-se manifestando, começou com um “não me sentir bem comigo mesma”, mas como não dava muita atenção a esse aspecto, muito pelo contrário, reforçava-o, a minha Alma começou a falar através do corpo. Tensões, muitas tensões, a minha Alma estava a ficar demasiado apertada neste corpo. E estava na Hora de ser Quem vinha Ser, como não dava muita atenção também a isso, apesar das tensões estarem a ser quase incapacitantes, vieram as alergias, graves alergias sem resolução através da medicina convencional.

Nesta fase, que foi o culminar de uma série de situações familiares, muito trabalho, dois filhos pequenos, lembro-me de dizer muitas vezes “a vida não pode ser só isto!” “Não faz sentido! Supostamente tenho tudo o que preciso, não sou Feliz e sinto-me só”. A minha Alma estava a “bater á porta”, mais uma vez. Só que desta vez bateu com tanta força que o corpo teve de se render. Fala-se da “noite escura da Alma” e para mim, essa noite existiu mesmo, numa noite que nunca mais irei esquecer... A noite da viragem. Pois é que ao mesmo tempo que batemos no fundo, iniciamos o processo de subida.

Começou a minha Viagem de Retorno a Casa

O processo de ReEncontro com a minha Alma, deu-se através dos FLORAIS, aos 40 anos. Eles ajudaram-me a abrir os canais e os portais que precisavam ser abertos. A partir desse momento, carregado de dor também, mas já não era a mesma dor, comecei a Despertar para quem REALMENTE SOU. Dava, então, início à Viagem de Regresso a Casa. À medida que ia mudando, começava a ver o mundo à minha volta com outros olhos. Ao começar a escutar a minha Alma, fui percebendo que tinha feito escolhas que não estavam alinhadas com ela e agora precisava iniciar um processo de MUDANÇA.

Quanto mais aprofundava no Autoconhecimento, mais informação sobre a minha Essência vinha chegando, a paixão pelas filosofias orientais, através do Yôga, as minhas origens celtas, através das Flores, das músicas… não, não era a primeira vez que as Plantas fariam parte da minha existência. As Crianças, não pela criança em si, mas pelo Ser, a perspectiva do Novo, do pioneiro, do que há-de vir. O Amor por Gaya e pelos seus Filhos.

O casamento já não era um lugar onde queria estar, nem a escola e num acto de Fé e Coragem saí para me Resgatar e me Cumprir em Amor.

A Mulher Sábia, Madura

Hoje, encontro-me nesta fase da Vida, da Mulher Sábia. Tão desafiante também, onde é preciso aprender a “deixar ir”, a simplificar, não dá para perder tempo com o supérfluo…

Nesta fase da maturidade tudo ganha um outro sabor, já não há tanta pressa, o tempo pode passar mais devagar… Tal como uma árvore secular, com as raízes fortes, um ar imponente, ela “apenas” É e nesse estado de Ser, consegue Acolher, ser Colo. Assim me sinto.

Hoje, estou mais conectada à minha Alma, sei o que Vim Fazer e deixo que Ela me Conduza. Neste momento da Jornada, sinto-me preparada para ajudar os Irmãos de Jornada na sua Cura da Alma através da Medicina Sagrada das Flores, consciente de estarmos a CoCriar uma Nova Terra.
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